Por que as livrarias que vendem livros usados usadas recebem o nome de sebo?
Há na verdade várias interpretações. Vamos à algumas delas.
Veja como alguns dicionários mostram a evolução do nome e de palavras e expressões correlatas:
DICIONÃRIO HOUAISS DA LÃNGUA PORTUGUESA. 1 EDIÇÃO, 2001 ALFARRÃBIO.
s. m. 1. Livro antigo ou velho de pouca ou nenhuma importância. 2.livro velho ou há muito editado e que tem valor por ser antigo. ALFARRABISTA. adj. 2 g. 1. que, ou aquele que compra e vende alfarrábio e livros usados . 2. que ou quem coleciona, lê ou consulta alfarrábios com freqüência. 3. local onde se vendem alfarrábios, antiquario de livros, sebo. CAGA-SEBO. Designação comum e imprecisa de diversas espécies de aves passariformes de proporção diminuta a que o povo do interior não dá importancia. CAGA-SEBO. Livraria. CAGA-SEBISTA. Vendedor de livros usados; dono de sebo. SEBO. Livraria onde se compram e vendem livros usados. SEBISTA. Que ou aquele que compra e vende livros usados; proprietário de sebo.
Antes da invenção da xerox ou das cópias heliográficas, os alunos da Universidade de Coimbra faziam resumos de suas matérias e os copiavam em litografias, conhecidas como sebentas.
O etimologista brasileiro Silveira Bueno encontrou para explicar o sentido da palavra “sebentaâ€, que em Portugal é sinônimo de apostila, caderno de apontamentos das lições dadas em sala de aula. O estudioso foi buscar a origem do termo no português arcaico “assabentarâ€, isto é, instruir, o que é interessante. Mas Silveira Bueno em momento algum sugere que se recorra à etimologia de “sebenta†para explicar sebo. Além do fato de a primeira palavra ser portuguesa e a segunda, brasileira, apostilas usadas nunca foram itens caracterÃsticos de tal tipo de comércio.
A hipótese mais simples: a de que essa acepção de sebo (do latim sebum, “gorduraâ€) tenha surgido como metonÃmia brincalhona a partir da ideia irrefutável de que livros muito manuseados ficam ensebados, sujos, engordurados.